terça-feira, junho 23, 2015

Cézanne e o 70x7



O incontornável Paul Cézanne (1839-1906) procurava insaciavelmente a essência das coisas, por isso, pintava o mesmo assunto várias vezes até à exaustão. O tema era tão simples que quase se podia tornar aborrecido: naturezas mortas, mais especificamente pratos com fruta.

Cruzar esta vontade inesgotável de pintar o mesmo assunto com a resposta dada a Pedro (antes de ser santo e de ser o primeiro Papa) por aquele galileu, filho de um carpinteiro, que falava aramaico e que marcou a história da humanidade, era o grande desafio: 70x7...
Não vou contar agora aqui esta história, nem vou escrever sobre a generosidade de Pedro ao pensar que 7 vezes era já uma imensidão. Setenta vezes sete é que é o grande desafio! Não para fazer contas, mas para não pensar sequer nisso, para não nos caber no entendimento...

Neste exercício, desenhar insistentemente o mesmo assunto, levou-me a entrar e desenhar por dentro o museu do cinema de Turim, sair e desenhá-lo por fora, de vários ângulos, até que, noutro dia, o comecei a ver noutros lados, refletido, fragmentado, distorcido, diferente e, por isso mesmo, menos óbvio...

Acho que é assim mesmo: a primeira visão é mais simplista, tal como as primeiras abordagens do Cézanne, mas depois, com a persistência, temos um vislumbre da essência e começamos aí a sua verdadeira procura!

domingo, junho 07, 2015

Fora da caravana


No retiro de diários gráficos, em Turim, um dos exercícios foi deambular pela cidade, construir o percurso imprevisível que as massas/caravanas não consegue. Como é que o fizemos? Entrando na caravana e saindo assim que nos apercebêssemos que algo faltava, o mais importante. Voltando atrás, deambulando, caminhando, procurando e registando com a lógica inesperada dos dadaístas…


cartografia sonora: Miguel Cordeiro

artigo completo aqui.

sábado, junho 06, 2015

Retiro de diários gráficos | Casa Velha


Em outubro de 2014 reservámos logo na agenda o fim de semana de 3 a 5 de julho de 2015 para o próximo retiro de diários gráficos em Ourém, na Casa Velha da Margarida Alvim.

Esta semana, o P. Nuno Branco e eu reunimos para preparar as entranhas deste retiro que se queria ainda mais desafiante e profundo. Uma viagem de Coimbra a Lisboa e uma manhã inteira a trabalhar juntos foram suficientes para chegarmos ao fumo branco. O próximo retiro de diários gráficos será o primeiro verdadeiramente preparado desde a génese por nós os dois. Preparem-se, porque isto promete...

As inscrições são para: projectocasavelha@gmail.com


Para quem não sabe o que é o retiro de diários gráficos, este artigo na Pastoral da Cultura pode ajudar...