domingo, outubro 30, 2016

Manchester Symposium - opening reception

Num Simpósio, o estado de euforia é tão grande que, por vezes, quase nos esquecemos de desenhar.
Esta recepção a todos os participantes no grande salão da Câmara Municipal foi um desses casos. É o momento certo para encontrar velhos amigos, fazer novos, tentar ouvir e entender inglês com vários sotaques no meio de muito barulho, mas, sobretudo, é como sermos apanhados por uma onda gigante do mar: é só deixarmo-nos ir...


Estava à conversa com o Richard Briggs, australiano e instrutor num Simpósio pela primeira vez, quando, de repente, já estava a conversar com o Daniel Green e a Amber. Depois um casal amigo deles de Massachusetts. Depois o James Hobbs. Depois o Jason Das. Depois o Miguel Franco. Depois a Brenda Murray, a Suma CM e tantos outros que lhes perdi a conta. Só senti a falta do Gabi...


Entretanto a música começou. O pessoal sentado ali em frente (vêem-se bem: a Patrícia Assunção, o Rob Sketcherman, o Nélson Paciência, o Pedro Loureiro e o Miguel Franco) não perdeu a oportunidade de desenhar as violinistas! Depois os microfones ligaram-se. Estava mesmo tudo a começar. Estava a meio da sala, mas tinha de ir lá à frente tirar uma fotografia! :)


Voltei para onde estava e, como a concentração estava toda nas palavras que saíam pelas colunas, tirei o caderno e tentei desenhar o mais rápido possível este salão incrível cheio de gente que gosta de desenhar, vinda dos 4 cantos do mundo.
As vozes do microfone pararam. Bateram-se palmas e as conversas voltaram.
Ficou então assim o meu desenho, inacabado, mas cheio de memórias dessa opening reception!

quinta-feira, outubro 27, 2016

Manchester in watercolor



Admiro, há muito tempo, o trabalho da Marion Rivolier. Em 2013 ela veio a Lisboa e encontrámo-nos para desenhar juntos. Mostrou-me as aguarelas dela e fiquei rendido. Disse-me quais eram e onde se compravam online. Mandei vir 3 ou 4 e passei usar.

O ano passado, quando o Comité de Educação recebeu a proposta dela para dar um workshop no Simpósio em Manchester, a decisão de o aprovar foi unânime. Ela é mesmo uma mestre.

Motivado por tudo isto, inscrevi-me no workshop dela: paint like nobody's watching.
Percebe-se que andei à luta não é? No final, esgotadíssimo da batalha, cheguei a uma conclusão: tenho de comprar mais cores. 
You need to buy one light blue, at least! - disse-me ela no seu inglês afrancesado cheio de charme!

sábado, outubro 22, 2016

Manchester bridgewater canal


Este não foi o primeiro desenho que fiz em Manchester, mas o segundo.
Logo no dia de abertura, 27 de julho, da parte da tarde, foi marcado um Sketchwalk até um dos locais mais icónicos da cidade: the bridgewater canal.

O ambiente estava cheio de entusiasmo: pessoas a desenhar por todo o lado. Não havia espaço para mais ninguém, pudera, quase 500 pessoas num pequeno canal de água com um espaço estreito para passar. Se parássemos para falar com alguém, já estávamos a tapar a vista a alguém...
Seguimos caminho: eu, a Ketta e o Matias. Atravessámos por baixo desta grande estrutura metálica que suporta a ligação ferroviária entre Manchester e Liverpool (a primeira da história da humanidade!) e pensei: "É mesmo aqui. Vou fazer um desenho rápido no caderno gigante que comecei em Nova Iorque para ver se ele acaba de vez!"

Lancei-me o mais rápido que podia, mas a estrutura era demasiado complexa e acabei por ficar ali a desenhar mais tempo do que queria. Chegámos atrasados à fotografia de grupo. No dia seguinte, tudo ia começar mais a sério!

quarta-feira, outubro 19, 2016

Trip to England starting in Manchester


Com este Tyrannosaurus Rex, começo a contar as aventuras por terras de sua majestade.
Desenhado no Manchester Museum, durante esta actividade da Emma FitzGerald, ainda comecei um outro esqueleto de um peixe gigante, mas não tive tempo de terminar.

Alguns defensores ferrenhos do Manifesto USk dizem que se não desenharmos o contexto envolvente, não é urban sketching. Para não me envolver em polémicas, este desenho fica apenas por aqui e não vai para o USkP ou USk. Para mim, o mais importante mesmo, é gostar de desenhar! 

quinta-feira, outubro 13, 2016

Castro S. Lourenço - Esposende

Um bom exercício é tentar contar a história do desenho apenas com um título, um sub-título e um parágrafo. É isso que vou tentar fazer em três versões diferentes com estes três desenhos feitos em Esposende, julho passado.

CASAS NA ROCHA
Castros de comunidades com mais 5 mil anos são visitáveis ao público

Sobe-se por Esposende e parece que se viaja no tempo, para uma altura em que a caça e o fogo seriam a conversa do dia. Percebe-se que as comunidades usariam estas casas na rocha para se protegerem contra o frio da noite e se abrigarem. Construíam-nas no topo dos montes para nunca perderem a posição privilegiada de visibilidade sobre o inimigo. Embora nos pareça impossível viver num lugar assim, os nossos antepassados foram pioneiros, permitindo que chegássemos hoje onde estamos.


FEIRA MEDIEVAL EM ESPOSENDE
Castros de S. Lourenço acolhem mais uma feira da Idade Média

Embora a Idade Média tenha sido há muito menos tempo que a construção dos Castros de S. Lourenço, a vida que uma feira medieval dá ao local vale a pena pela revitalização do espaço e atração turística. Mulheres a tecer, homens a forjar o ferro ou a esculpir madeira levam-nos numa viagem pelo tempo e colocam-nos a imaginar como seria a vida destes nossos antepassados. Por vezes queixamo-nos da vida que levamos. Será que temos mesmo razão para isso?



URBAN SKETCHERS PORTUGAL EM ESPOSENDE
Cerca de 20 pessoas desenham os Castros de S. Lourenço

Vêm de várias zonas do país e o que mais gostam de fazer é desenhar em cadernos. Passaram um dia em Esposende e outro em Fão a desenhar, mas também a falar sobre desenho. O que os move é o desenho quotidiano, descomprometido e afirmam que qualquer pessoa pode aprender a desenhar. Se é um dos que afirma que nunca teve jeito para o desenho, arrisque-se a desenhar com eles. Vai ver que muda de ideias.

segunda-feira, outubro 10, 2016

Trump tower & Newark airport


Já praticamente sem tinta, chegam assim ao fim os meus posts sobre a cidade de Nova Iorque.
O meu voo era só à tarde e ainda deu tempo para ir ao encontro dos USk-NYC com ponto de encontro marcado para o Public Garden da Trump Tower que funciona como um jardim de inverno. 
Quem diria que o senhor que dá nome a este arranha-céus estava agora a candidatar-se na última fase para presidente dos Estados Unidos? Ainda bem que o gás se lhe está a acabar, tal como a minha tinta...


Quando cheguei ao aeroporto de Newark, com bastante tempo de antecedência, lembrei-me da minha viagem a Savannah em 2014. Na altura, apenas de passagem no aeroporto, olhei para o skyline de Nova Iorque e senti que um dia havia de lá ir. 
Como é relativa a nossa visão das coisas... 
Pensava eu que ia visitar/desenhar primeiro todos os países da África Negra antes de me dedicar à América do Norte quando a vida me troca as voltas e para o ano, se tudo correr bem, lá irei eu de novo para a terra do tio Sam.

quarta-feira, outubro 05, 2016

Grand Central Terminal


Antes de voltar a Memphis, a Elizabeth Alley deu-me o mapa dela de Nova Iorque. É um mapa mesmo bom, plastificado e com uma excelente explicação da rede de metro da cidade: impossível perdermo-nos com ele na mão! Depois, ainda me enviou uma mensagem a dizer que não podia deixar Nova Iorque sem desenhar o interior do Grand Central Terminal.

Fui lá. 
Entrei, olhei para a direita e estava um café com muito bom ar.
Enregelado, tomei uma das decisões mais sábias: sentar-me a beber um cappuccino e a desenhar confortável, custasse o que fosse preciso. Tratava-se do Cipriani Dolci - um dos míticos cafés de Nova Iorque. Custou-me os olhos da cara, mas pagou muito bem a temperatura quente, o conforto e o tempo que lá fiquei.

As pessoas engravatadas e muito bem vestidas chegavam, sentavam-se, reuniam, falavam, comentavam o meu desenho, levantavam-se de novo e iam embora sem que o lugar delas arrefecesse. O ciclo de vai-e-vem de gente é esmagador em Nova Iorque.

Soube muito bem parar no meio da confusão... a lembrar o conto de Edgar Allan Poe sobre o homem da multidão...